Abelardo "Chacrinha" Barbosa


"Eu vim para confundir, não para explicar." "Na TV nada se cria, tudo se copia." "Quem não se comunica se trumbica." "Terezinha, uuuuuuh!" O autor das frases acima - que marcaram época - é o comunicador Abelardo Barbosa - o Chacrinha -, considerado um dos maiores mitos da televisão brasileira.


José Abelardo Barbosa de Medeiros nasceu na zona do agreste pernambucano. Em 1936, ingressou no curso de medicina. Dois anos depois, foi salvo de uma apendicite supurada pelas mãos de seus colegas de curso.


Ainda convalescente, trabalhava como percussionista do grupo "Bando Acadêmico" e viajou à Europa para apresentações.

Na volta, desembarcou no Rio de Janeiro determinado a tentar a sorte como locutor de rádio. Trabalhou em várias rádios como locutor, sem muito sucesso. Em 1942, estreou na rádio Clube de Niterói o programa "Rei Momo da Chacrinha". A rádio ficava numa chácara em Niterói, daí o nome do programa, do qual ele era o apresentador.


Depois do carnaval daquele ano, o programa passou a chamar-se "Cassino da Chacrinha". Seu grande sucesso o manteve no ar até 1955. No ano seguinte, Chacrinha, como Abelardo Barbosa passou a ser conhecido, fez sua estreia na televisão, apresentando o "Rancho Alegre", da TV Tupi do Rio de Janeiro. Trabalhou em seguida na TV Rio, Bandeirantes, Tupi de São Paulo, e por fim, TV Globo.



O programa "Discoteca do Chacrinha" foi um dos mais populares da televisão brasileira nos anos 1960. Seu estilo irreverente de se apresentar, usando fantasias, criando bordões e colocando bailarinas uniformizadas ao fundo-as "chacretes" - fez escola na televisão, sendo adotado até hoje por diversos apresentadores. Além disso, vale notar que Chacrinha se utilizava de elementos típicos das festas folclóricas nordestinas, adaptando-os para a linguagem televisiva.


Em 1968 foi criado o programa "Buzina do Chacrinha", na TV Globo. O apresentador também lançou diversos nomes da MPB em seus programas, contribuindo para a divulgação da música brasileira entre o grande público.



Na década de 1970, a censura passou a acompanhar de perto as atividades de Abelardo Barbosa. Apesar de adorado pelos fãs, Chacrinha também recebeu muitas críticas por sua atuação, considerada por alguns pornográfica (devido à pouca roupa das chacretes) ou alienante (por ser totalmente carnavalesco, sem compromisso com qualquer seriedade).


Chacrinha foi casado com Florinda Barbosa durante 41 anos. O casal teve três filhos: José Aurélio, Jorge Abelardo e Zé Renato. O apresentador morreu em casa, de enfarto do miocárdio, aos 72 anos de idade.