ZICO - Arthur Antunes Coimbra
Nasceu às 7h do dia 3 de março de 1953, na casa 7 da rua Lucinda Barbosa, no
subúrbio de Quintino Bocaiúva, zona norte do Rio de Janeiro. O caçula dos seis
filhos do imigrante português de Tondela, José Antunes Coimbra, com a carioca
da gema, Matilde da Silva Coimbra. Seu Antunes, fervoroso torcedor do Flamengo,
foi goleiro amador na juventude e por pouco não se profissionalizou por seu
clube de coração.
Trabalhou em padaria, mas já
estava dedicado ao ofício de alfaiate no terceiro ano da década de 50.
Já dona Matilde, a Tidinha,
era a responsável por organizar o time da casa, que acabava de ganhar um
reforço. Pela ordem, a família Coimbra já contava com Maria José (Zezé), José
Antunes (Zeca), Fernando (Nando), Eduardo (Edu) e Antônio (Tunico).
As quatro letras que marcaram
o futebol mundial, Z-I-C-O, entraram na vida de Arthur ainda na infância.
Pequeno e franzino, não foi difícil Arthur virar Arthurzinho e depois
Arthurzico. Até que uma prima, Ermelinda, reduziu carinhosamente para Zico. O
outro apelido, o de Galinho de Quintino, foi dado anos depois pelo radialista
Waldyr Amaral, que se inspirou no jeito de andar do craque.
Zico é o maior artilheiro da
história do Flamengo com 508 gols em 731 jogos, e ídolo de uma nação com mais
de 35 milhões de torcedores espalhados pelo país. Deixou sua marca 333 vezes no
Maracanã, um recorde que ainda não foi quebrado por nenhum outro jogador.
Conquistou a Itália nas duas
temporadas em que jogou pela Udinese, deixando um tempero de feijoada na
tradicional ‘macarronada’.
Os japoneses transformaram sua
despedida definitiva dos gramados em um carnaval (1994), construíram duas
estátuas, e o imperador entregou a ele uma comenda pelos serviços prestados ao
país. A prova maior de confiança, no entanto, aconteceu quando lhe deram a
árdua missão de assumir o comando da seleção nacional que buscava a vaga na
Copa de 2006.
Dos tempos de jogador, vale
ainda destacar a reverência dos países por onde Zico apenas passou, como a
França e a Espanha. Ao longo de sua carreira, Zico jogou em apenas Três
equipes: Flamengo, Udinese e Kashima Antlers. A história de Zico no Flamengo começou
em 1967, na escolinha do clube. Zico foi levado pelo radialista Celso Garcia,
que, convidado por Ximango, um amigo da família Coimbra, viu Zico arrebentar
numa partida de futebol de salão do River.
O garoto marcou nove gols na
maiúscula vitória de 14 x 0. Mas por pouco Zico não foi parar no América, já
que o irmão Edu havia acertado, naquela mesma semana, tudo com a escolinha do
Alvi-Rubro.
A paixão pelo Flamengo falou
mais alto. O primeiro jogo no Maracanã aconteceu três anos depois, ainda pela escolinha
do Flamengo.
O ‘violino’ Carlinhos, que
mais tarde viria a ser formador de talentos e treinador campeão pelo clube,
estava se despedindo da carreira de atleta num jogo entre Flamengo x América,
que terminou empatado em 0 a 0. Zico recebeu de Carlinhos o par de chuteiras,
instrumento de trabalho que era arma poderosa nos pés do habilidoso e cerebral
meia Carlinhos.
As vitórias já eram uma rotina
para Zico, artilheiro do Flamengo, quando o Brasil conquistava o bicampeonato
mundial no México.