Prazer e culpa andam juntos
quando se fala de... chocolate. Não é por menos: a delícia consumida pelos
astecas e maias estimula a liberação de serotonina, o mesmo hormônio que
liberamos durante o sexo. Mas, como se sabe, o deleite vem acompanhado de uma
alta dose de calorias: segundo o cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, do
Hospital do Coração (HCor), apenas uma barra grande de chocolate pode conter
até 700 calorias. O segredo para saborear sem sofrer depois, portanto, reside
na moderação.
— O chocolate não é vilão nem
mocinho. Nesta história, o bandido é a quantidade. Tudo em quantidade pode
matar, até água. O chocolate contém gordura saturada e açúcar, que são outros
vilões. Mas também tem flavonoides, que ajudam no combate ao colesterol —
explica o médico.
Mas para quem quer aproveitar
as benesses do chocolate, é melhor se acostumar com o gosto das versões mais
amargas, com 70% de cacau, que têm bem menos gordura e açúcar.
— O consumo de 20 a 40 gramas
por dia, de chocolate amargo, teria mais benefícios do que malefícios —
recomenda Magnoni, que não defende, porém, que ninguém faça jejum de chocolate
durante a irresistível temporada de Páscoa:
— Não tem por que fazer
patrulhamento na Páscoa, pode comer quanto chocolate quiser. Não é a época de
fazer regime. O importante é reduzir o consumo durante a vida, na merenda
escolar. Mas não tem por que recusar uma caixa de bombons da sua sogra —
brinca.
Confira abaixo outros mitos e
verdades sobre o chocolate, e boa Páscoa!
“Chocolate branco não é
chocolate”. Verdade. Não só não é chocolate, como é um grande vilão de quem
quer manter uma alimentação saudável.
— O chocolate branco é um
engodo, uma fraude. Ele não é nada, apenas uma mistura de açúcar, óleo e
gordura”, afirma o dr. Magnoni.
“Chocolate diet é bom para
dieta”. Mito. O chocolate diet é apenas recomendado para diabéticos, pois não
contém açúcar. Já quem está de dieta deve fugir do “diet”:
— O chocolate diet é uma
armadilha em termos calóricos, porque ele tem mais calorias. O que a indústria
tira de açúcar, ela coloca de gordura, para manter o gosto doce.
“Chocolate vicia”. Mito. O
chocolate não causa nenhum tipo de dependência. Se as pessoas não conseguem
largar dele, é por causa da sensação de prazer que a serotonina libera.
“Chocolate ajuda durante a
TPM”. Verdade. Mais uma vez, a serotonina ajuda a responder a questão. É ela
que auxilia no combate à ansiosidade e à irritação típicas da TPM. Mas, da
mesma forma, a tensão pode ser atenuada com exercícios físicos ou sexo, outras
duas atividades que liberam a substância.
“Chocolate ajuda nos estudos”.
Depende. O chocolate é fonte de energia e, portanto, pode dar maior disposição
para quem precisa encarar uma maratona de estudos ou de exercícios. Mas não
adianta achar que comer um ovo de Páscoa antes prova vai garantir um bom
resultado.
— O chocolate é um fornecedor
rápido de energia, mas não tem ação melhorando a ação cognitiva.
“Chocolate dá espinha”. Mito.
Não há nada que comprove a relação do alimento com o surgimento das espinhas.
“Chocolate tira o sono”. Mito.
O produto não contém cafeína o suficiente para provocar este efeito.
“Chocolate pode ajudar na
prevenção do Alzheimer”. Verdade. De acordo com o dr. Magnoni, estudos apontam
que o chocolate é bom para os quadros do sistema nervoso central, o que ajuda a
evitar a incidência de mal de Alzheimer e demência.
— Não quer dizer que você vai
dar chocolate para o avô e ele vai se curar. Não funciona para melhorar quem já
tem. Mas há trabalhos que mostram que grupos populacionais que consomem o
chocolate ao longo da vida tem menor incidência desses tipos de doenças
mentais.
Fonte: ela.oglobo.globo.com Leia mais sobre esse assunto em http://ela.oglobo
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