Esse eficiente sistema de
localização funciona com uma rede de satélites com órbitas previsíveis. Como o
aparelhinho receptor, aquele que você carrega aqui na Terra, sabe exatamente
onde estão os tais satélites, ele apenas calcula a distância entre você e esses
veículos espaciais.
O Sistema de Posicionamento
Global - GPS, na sigla em inglês - é tão eficiente que
virou febre: só em 2003, a venda de receptores movimentou 15 bilhões de
dólares.
O Departamento de Defesa dos
Estados Unidos criou e vem mantendo o sistema desde 1978. A coisa está tão
concentrada na mão dos americanos que, se eles quiserem, podem deixar o resto
do mundo sem o sinal que os satélites mandam para os receptores.
E o tiro não sairia pela
culatra: o Exército ianque tem um GPS particular, que funciona com um sinal
secreto, só recebido por aparelhos especiais. Essa distinção entre tecnologia
civil e militar começou em 1989.
O governo dos Estados Unidos
decidiu que o sistema civil receberia um sinal "piorado", com uma
margem de erro na localização de cerca de 100 metros, enquanto o militar
ficaria com um sinal dez vezes mais preciso. Mas essa história teve um episódio
patético.
A primeira vez que o GPS
entrou em ação num campo de batalha foi na Guerra do Golfo (1990-1991),
ajudando a guiar soldados no deserto.
O problema é que o Exército
americano tinha poucos receptores de GPS do tipo militar e, para equipar suas
tropas, precisou comprar milhares de aparelhos civis. Resultado: o Departamento
de Defesa liberou o sinal mais preciso a todos os receptores civis para não
prejudicar seus soldados.
Após a guerra, porém, voltaram
as restrições, que só terminaram em 2000, quando o governo americano, enfim,
liberou o sinal preciso para todos. "Os militares já tinham desenvolvido
outro GPS exclusivo, o Y-Code.
Então não tinha mais por que
limitar o GPS civil", diz o cartógrafo Peter Dana, da Universidade do
Texas, nos Estados Unidos. Hoje, receptores convencionais têm uma margem de
erro de cerca de 10 metros, contra 3 dos Y-Code.