Conheça o modelo que foi o
‘pai’ de todos os SUVs
Willys Jeep Station Wagon foi
produzido nos EUA de 1946 a 1965 e deu origem ao Rural Willys brasileiro.
Os utilitários-esportivos
(SUVs) são a bola da vez no mercado automobilístico, e não apenas no Brasil.
Com modelos que combinam o luxo de um bom sedã, a praticidade de peruas e
monovolumes e, em alguns casos, até uma certa adrenalina típica dos esportivos,
esse segmento tem um apelo tão grande que até marcas como Porsche, Bentley e
Lamborghini, que nunca tiveram jipinhos em seu DNA, acabaram se rendendo a ele.
No Brasil, o marco inicial desse segmento é um modelo que foi lançado há mais
de 70 anos nos Estados Unidos – e chegou aqui cerca de dez anos depois.
Trata-se do Willys Jeep
Station Wagon, conhecido no País como Rural. Pode-se dizer que, no mercado
brasileiro, o modelo é o “pai” de todos os SUVs.
O veículo foi produzido pela
Willys norte-americana de 1946 a 1965. Primeiro modelo com atributos de perua e
jipe e produção em série, ele surgiu num momento em que os consumidores dos
Estados Unidos começavam a se deslocar dos grandes centros urbanos para os
subúrbios residenciais e foi um dos carros de maior êxito da Willys no
pós-guerra.
O modelo tinha suspensão
dianteira independente e carroceria de aço, mais fácil de produzir e manter e
mais segura que as feitas de madeira que eram usadas pelos station-wagons até
então. Em 1949, ganhou opção de tração integral. O modelo teve mais de 300 mil
exemplares produzidos até 1965, quando foi substituído pelo Jeep Wagner.
O Statoil Vagno foi produzido
em diversos outros países, por meio de licenças ou joint ventures. Na
Argentina, por exemplo, ele foi fabricado pelas Indústrias Kaiser Argentina
entre 1957 e 1970, sob o nome de IKA Estanciera.
Já no Brasil, o modelo surgiu
em 1958, pelas mãos da Willys Overland, que passou a produzi-lo no País sob
licença, sob o nome de Rural Willys. Baseado na primeira geração do Willys Jeep
Station Wagon norte-americano, de 1946, o jipinho recebeu sua única
reestilização em 1960, tendo como inspiração a arquitetura modernista de
Brasília, que estava sendo construída nessa época. A versão picape, Pick-Up
Willys, foi lançada no ano seguinte. No mercado brasileiro havia dois motores a
gasolina, um 2.6 e um 3.0, ambos de seis cilindros.
Na década de 1970, o Rural
passou a ser produzido pela Ford, que havia adquirido a fábrica da Willys três
anos antes. As únicas mudanças introduzidas sob a batuta da Ford foram o nome
da versão picape, que passou a se chamar F-75, e a adoção do motor OHC de
quatro cilindros e 2,3 litros, a partir do segundo semestre de 1975. Em todas
as versões, a potência era de cerca de 90 cv. A produção do utilitário Rural
foi encerrada em 1977 e a da picape F-75, em 1981.
Com bom espaço para acomodar a
família, mecânica robusta e vocação para enfrentar desafios “off-road” como
estradas de terra e lama, o Rural pode ser considerado o “pai” dos
utilitários-esportivos brasileiros e continuou presente por muitos anos,
especialmente em fazendas e ambientes rurais.
Enquanto em países como os EUA
os utilitários-esportivos nunca deixaram de ser parte da paisagem, no Brasil
eles só ressurgiriam como segmento em 2003, quando a Ford lançou a primeira
geração do EcoSport, derivada do Fiesta Rocam, e que inaugurou o segmento dos
SUVs tal como o conhecemos hoje.
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