Sua origem é incerta, mas tudo
indica que ela pertence ao Brasil. Relatos de antigos colecionadores contam que
marmanjos do Pará já brincavam de fazer gols com pequenos botões por volta da
década de 20. Logo, o jogo chegaria ao Rio de Janeiro, onde, em 1930, o músico
e publicitário Geraldo Décourt publicou o primeiro livro de regras oficial.
"A partir do Rio, o
futebol de botão passou a ser difundido para vários outros estados",
afirma Elcio Vicente Buratini, vice-presidente da Confederação Nacional de
Futebol de Mesa, sediada em São Paulo. Naquela época, o jogo tinha um nome bem
estranho:
Celotex, o mesmo do material
de que eram feitas as mesas. Com a popularização do jogo em todo o país, cada
região desenvolveu suas próprias regras. Mas a brincadeira ficou coisa séria em
1988, quando o Conselho Nacional do Desporto reconheceu o futebol de botão como
esporte legítimo, oficializando as três modalidades praticadas até hoje:
baiana, carioca e paulista.
A principal diferença entre
elas é o número de toques que o praticante pode dar na bola a cada lance. Os
jogadores também evoluíram bastante ao longo das décadas. Inicialmente, eles
eram feitos de qualquer material disponível: de botões de casaco a pedaços de
casca de coco.
Era preciso mesmo muita
imaginação para enxergar ali um craque da época, como Leônidas da Silva ou
Friedenreich. As bolinhas exigiam uma improvisação ainda maior. No início,
valia apelar até para miolo de pão ou farinha de mandioca misturada com água.
Hoje, elas são de plástico ou de feltro.
Dos anos 20 ao século XXI
Materiais usados no futebol de
botão foram modificados ao longo das décadas.
A Mesa
Os primeiros campos eram
feitos de madeira maciça - lisa ou revestida com placas de feltro - ou Celotex,
material feito a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Hoje, as mesas são de
aglomerado, uma mistura de serragem de madeira com cola.
Botões de roupa
Entre a década de 20 e a de
40, a maioria dos jogadores eram feitos de botões de casacos ou paletós. Alguns
praticantes lixavam as bordas deles para que deslizassem melhor.
Fichas
Por volta dos anos 50, fichas
de plástico, usadas em cassinos, começaram a substituir os botões de roupa. Em
alguns casos, elas eram polidas em pedras de mármore, com água e sapólio.
Tampas de relógio
Na década de 60, entraram em
campo novos craques. As tampas eram pintadas e recebiam aplicações de números e
distintivos de times.
Acrílico
Introduzido no início dos anos
70, esse material é usado até hoje. Estampas são impressas por silk screen. Também de acrílico, os botões
argola são os preferidos dos profissionais até hoje. Segundo eles, o furo faz
com que a peça tenha um atrito mais regular com a mesa
Bolinhas, Goleiros e Palhetas.
As bolinhas, que já foram
feitas de miolo de pão, cortiça e lã, hoje são de plástico ou feltro.
O
acrílico usado nos jogadores é o mesmo material de onde saem os goleiros. Essa
resina também serve para produzir a palheta - peça usada para impulsionar os
craques pela mesa -, embora também existam modelos de plástico e madrepérola.
Materiais alternativos
Para montar um time, vale
tudo. Há jogadores feitos de chifre de boi, de madeira e de casca de coco.
Fonte: Revista mundo estranho