História das Revistas no Brasil



As revistas chegaram ao Brasil juntamente com a corte portuguesa, no início do século XIX. A autorização para imprimir em território nacional veio com a autorização para a instalação da imprensa régia, em 1908, determinada por D. João VI.


No entanto, a primeira revista de que se tem conhecimento, As Variedades ou Ensaios de Literatura, surgiu em Salvador no ano de 1812, seguindo os modelos de revistas utilizados no mundo editorial da época, a revista baiana também tinha “cara e jeito de livro” e se propunha a publicar discursos sobre costumes e virtudes sociais, algumas novelas de escolhido gosto e moral, extratos de história antiga e moderna, nacional ou estrangeira, resumo de viagens, pedaços de autores clássicos portugueses – quer em prosa, quer em verso – cuja leitura tenda a formar gosto e pureza na linguagem, algumas anedotas e artigos que tenham relação com os estudos científicos propriamente ditos e que possam habilitar os leitores a fazer-lhes sentir importância das novas descobertas filosóficas.


Posteriormente, em 1813, contando com a colaboração da elite intelectual da época, surge no Rio de Janeiro, a revista O Patriota com o propósito de divulgar autores e temas nacionais. O crescimento e o desenvolvimento desta mesma elite propiciaram o surgimento de outros periódicos como os Anais Fluminenses de Ciências, Artes e Literatura, lançada em 1822, também no Rio de Janeiro, cuja proposta editorial foi de abranger os vários campos do conhecimento humano, atendendo aos interesses dos bacharéis de direito, engenheiros, médicos, cientistas e outros profissionais liberais que começavam a atuar no país que acabava de se tornar independente do domínio português.


Também buscando difundir informações cientificas, nasce a primeira publicação segmentada por tema no Brasil: O Propagador das Ciências Médicas, lançada em 1827 pela Academia de Medicina do Rio de Janeiro, com assuntos totalmente voltados aos médicos.


Nesta mesma linha nasce, também em 1827, aquela que seria a primeira revista destinada ao público feminino brasileiro: Espelho de Diamantino, veículo que surgiu, conforme relata Scalzo (2003, p. 28), para “deixar a mulher à altura da civilização e de seus progressos”.

O Espelho de Diamantino trazia temas como literatura, artes, teatro, política, moda, crônicas e anedotas, todos escritos de forma simples e didática para servir ao gosto das senhoras brasileiras.

Outro tipo de publicação que se destaca entre o final do século XIX e início do século XX são as chamadas “galantes”, revistas totalmente voltadas para o público masculino que mesclavam política, sociedade, piadas, caricaturas, desenhos, contos e fotos eróticas.

A publicação pioneira foi O Rio Nu, lançada em 1898



Porém, segundo Scalzo, (2003, p. 30), “o auge do gênero vem em 1922, com o lançamento de A Maçã, que se propõe a dizer com graça, com arte, com literatura, o que se costumava dizer por toda parte sem literatura, sem arte, e muitas vezes sem graça”.


Todas estas revistas, no entanto, possuem uma particularidade: tiveram existência muito curta. A falta de recursos e de assinantes fez com que algumas delas fossem obrigadas a circular apenas uma ou duas vezes, além do que, contavam com uma tiragem muito baixa. Entre elas, as revistas recordistas em permanência no mercado editorial brasileiro à época “duraram”, no máximo, um ou dois anos.


A mudança na permanência das revistas junto ao seu público leitor começa com o lançamento de Museu Universal, em 1837; periódico que trazia, segundo Scalzo (2003, p. 28), “a experiências das Exposições Universais (sic) européias que dominaram o século XIX”