Cidadão Kane



Cidadão Kane é um filme produzido em 1941 e considerado por muitos críticos uma das maiores produções cinematográficas de todos os tempos. Dirigido, produzido e protagonizando pelo grande Orson Welles, que com o papel de Charles Foster Kane, faz uma sátira ao magnata da imprensa norte-americana da época.

O filme retrata várias formas de manipulação dos meios de comunicação de massa, e como a atração pelo poder pode acarretar consequências catastróficas.

A obra traz consigo inovações técnicas além do que era produzido até então, como o desenvolvimento não linear da trama e ângulos e focos de capturar imagens.

O filme se desenrola com o mistério de “Rosebud”, correspondente à última fala antes de morrer do personagem Charles Foster Kane, que só se revela apenas nos últimos segundos do filme. Dessa forma o mistério de “Rosebud” revela a grande contradição da obra: a fraqueza de um homem tão poderoso.

Contradição é algo muito marcante na obra de Orson Welles, como os altos e baixos de sua vida pessoal e de sua carreira como cineasta. Cidadão Kane de 1941 é considerado o sucessor de “O Grande Ditador” de Charles Chaplin gravado em 1940, por trabalhar muito forte com a temática do poder e da dominação.


Analisando as duas obras percebemos a transição da dominação política para outras esferas sociais, como os meios de comunicação de massa.

Esta obra ainda suscita o desenvolvimento de vários trabalhos acadêmicos na tentativa de estabelecer relações do seu conteúdo com problemáticas sociais e inclusive deu base para o diretor Simon Hartog, da BBC de Londres, produzir um documentário televisivo no ano de 1992 chamado ”Beyond Citizen Kane” (Muito Além do Cidadão Kane), sendo que esta obra detalha a posição dominante da Rede Globo na sociedade brasileira, debatendo a influência do grupo, poder e suas relações políticas.

O ex-presidente e fundador da Globo, Roberto Marinho, foi o principal alvo das críticas do documentário, sendo comparado a Charles Foster Kane.


Cidadão Kane foi à primeira produção cinematográfica do até então jovem cineasta Orson Welles, que já nesse momento foi considerado um dos grandes gênios da história do cinema, reconhecido principalmente pela sua capacidade de tocar em temas sociais relevantes.