Hugo Boss: O alfaiate de Adolf Hitler


HUGO BOSS

Hugo Ferdinand Boss nasceu dia 8 de julho de 1885 e nem pensava em ser um dos grandes nomes no mundo da moda. Hugo Boss começou sua carreira como um simples alfaiate. Após a Primeira Grande Guerra, aos 33 anos de idade, ele fundou sua própria confecção em Metzingen(1923). Nesta época, a produção contava apenas com 30 funcionários. Faleceu em 1948, em Metzingen, sua cidade natal com 63 anos.

Hugo Ferdinand Boss

alfaiate alemão, abriu a sua pequena empresa em 1923 com o objetivo de fabricar roupas para trabalhadores. Os seus planos quase que não deram certo com o inicio de uma crise na Alemanha no período da Primeira Guerra Mundial.

Hugo Boss durante a Alemanha Nazista confeccionou as roupas para SS entre 1933 e o final da Segunda Guerra Mundial. Além disso, era afiliado ao partido nazista. Hugo Boss faleceu em 1948.

Fato - O passado nebuloso

O empresário, após o término da guerra, foi tachado de “oportunista do Terceiro Reich“, multado em 80 mil marcos, e privado de seus direitos civis. “A fábrica de roupas fundada pelo senhor Hugo Boss produziu roupas de trabalho e achamos que também uniformes da SS. Até agora, nós não temos arquivos na companhia e nós estamos tentando descobrir o que aconteceu“, declarou Monika Steilen, porta-voz da empresa, em 1997, quando a notícia foi divulgada por uma revista austríaca.


A outra marca que foi instituída é a Baldessarini. O nome veio do designer italiano, que produziu fatos de alta qualidade para Hugo Boss. Esta linha de vestuário foi o homem destinado a executivos, que poderiam pagar mais por seus ternos. Estes fatos de alta qualidade foram criados com alta qualidade de tecidos italianos. Foi quando a empresa foi adquirida pelo grupo de moda italiano Marzotto.



Fornecedor exclusivo dos uniformes negros das SS (Schutzstaffel), da Juventude Hitlerista e de outras agremiações nazistas (sempre muito preocupadas com a elegância), ganhou milhões entre 1934 e 1945 e para dar conta das encomendas, a solução foi apelar para a mão de obra - compreensivelmente baratíssima – dos prisioneiros de guerra.

De início, paralelamente à fabricação de uniformes, que era compartilhada com outras alfaiatarias, a Hugo Boss também produzia roupas normais para trabalhadores e camisas.
Em 1938, a situação mudou com o reinício do recrutamento militar na Alemanha. O foco passou a ser exclusivamente a confecção de uniformes para as forças nazistas.

A empresa chegou a contar com 300 funcionários nesta época. Como era difícil encontrar mão de obra durante a guerra, a fábrica se beneficiou de 140 trabalhadores forçados, à maioria deles, mulheres. Outros 40 prisioneiros de guerra franceses trabalharam para a Hugo Boss de outubro de 1940 a abril de 1941.

Após a Segunda Guerra Mundial, Hugo Ferdinand Boss foi processado e multado por sua participação no nazismo.

Durante o período de desnazificação, com o fim do regime, em 1945, Boss foi considerado como "responsável". Apesar disso, ele foi autorizado a continuar tocando sua fábrica. Mas, não viveu tempo suficiente para ver sua empresa virar uma grife mundialmente famosa, morrendo aos 63 anos.

Sinônimo de elegância e luxo, a HUGO BOSS é um produto “Made in Germany” altamente respeitado no mundo da moda. No entanto, a tradicional marca alemã carrega um passado de envolvimento nazista. Hugo Ferdinand Boss teve uma relação muito estreita com o nazismo. Em 1931 se filiou ao Partido Nacional-Socialista (NSDAP), de Adolf Hitler.


Antes e durante a Segunda Guerra Mundial, a empresa desenhou e produziu uniformes de tropas e oficiais da Wehrmacht e SS. Além disso, a empresa foi acusada de usar mão-de-obra forçada, onde os trabalhadores tinham uma carga diária de 12 horas, com um curto período de intervalo.



Simplificação grosseira

Após a derrota do III Reich, foi levado aos tribunais mas pegou penas brandas, condenado a indenizar as famílias dos trabalhadores forçados.

Mais detalhes da marca

Em 1993, os dois netos de Hugo Boss, que fez a empresa e sua linha de roupas masculinas de alta qualidade, aposentaram-se. Sessenta e quatro por cento das ações foram vendidas a Leyton House.

Na primeira marca criada, Hugo, era dirigida para homens mais jovens. Esta linha de roupas foi mais chique que o adapte às originais e ao custo do consumidor, bem menor. Em 1998, com o lançamento da Hugo Woman, pela primeira vez a marca criou peças para o público feminino.

No início dos anos de 1990 a coleção cresceu e surgiram camisas, gravatas, malhas e casacos de pele. Além das roupas, também os cosméticos, óculos e perfumes passaram a fazer parte do catálogo da marca alemã.


A Hugo Boss recuperou prestígio e os resultados financeiros de 2010 e 2011 foram record para a marca.



PASSADO NAZISTA

A marca alemã Hugo Boss emitiu um pedido formal de desculpas dia 22 de setembro de 2011, por ter usado mão de obra escrava na produção de uniformes nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. No comunicado, a empresa expressa o seu profundo pesar às vítimas que sofreram na fábrica dirigida por Hugo Ferdinand. “Nós nunca escondemos nada e sempre buscamos trazer clareza ao que aconteceu no passado. É nossa responsabilidade com a empresa, com nossos funcionários, nossos clientes e com todos os interessados na história da Hugo Boss.”

O pedido de desculpas foi realizado após o lançamento de um novo livro que revela a ligação do estilista alemão com o nazismo. Segundo a publicação, Hugo Boss, não somente era o estilista preferido de Hitler como também um fervoroso adepto do partido nazista.

OUTROS PASSADOS

A Hugo Boss não é a única empresa a encomendar estudos independentes para resgatar os laços com o nazismo no passado. Em 2011 também, a Quandts, família de industriais e acionistas majoritárias da BMW, quebrou seu silêncio. Ela admitiu ter feito uso de milhares de trabalhadores forçados e de terem fechado vários negócios com o governo nazista.
Em 1999, Deutsche Bank encomendou uma investigação interna sobre as práticas de empréstimo da companhia durante o período nazista. Foi revelado que créditos do banco foram usados para erguer o campo de concentração de Auschwitz.

O Ministério alemão de Assuntos Estrangeiros também fez uma busca sobre seu passado e descobriu que muitos de seus diplomatas dos anos 1950 e 1960 tiveram passado nazista.

Segundo estudos, cerca de 90% das empresas alemãs se beneficiaram do trabalho escravo ou semiescravo durante a Segunda Guerra Mundial. Calcula-se que no final de 1944 havia, em toda a Alemanha, 7,7 milhões de trabalhadores forçados em todo o país.

Para compensar as vítimas, o governo alemão estabeleceu um fundo de reparação no final dos anos 1990. Empresas com passado nazista disponibilizaram recursos para o fundo, entre elas a Hugo Boss.

A marca no mundo

Os produtos da HUGO BOSS, como coleções de roupas, óculos, perfumes, sapatos e relógios, divididos em três sub-marcas principais, estão disponíveis em 124 países através de 1.500 lojas da grife (somadas as unidades próprias, franqueadas e parcerias) e em mais de 5 mil lojas de departamento e multimarcas. Aproximadamente 62% de suas vendas são geradas no continente Europeu, com a América respondendo por outros 22%. 




A linha BOSS BLACK corresponde a 68% do faturamento da empresa alemã. Os produtos da marca são fabricados em vários locais, como por exemplo, em Izmir na Turquia (sua fábrica mais importante); Radom na Polônia (sapatos); Morrovalle na Itália (sapatos e artigos de couro); Cleveland nos Estados Unidos (ternos); e Metzingen na Alemanha.


Pesquisa/Montagem e Edição de texto e foto: JF Hyppólito