Calígula - As loucuras de um imperador


Bisneto de Augusto, primeiro imperador romano, Caio Julio Cesar Augusto Germânico (12-41) já tinha futuro certo na política. Passou a infância em campanha militar na Germânia ao lado do pai, o famoso general Júlio César Germânico, e recebeu dos legionários o apelido de Calígula (diminutivo de bota militar, em latim).

Ambicioso e inescrupuloso, ele não mediu esforços para alcançar seus objetivos. Em 37, Calígula e Macro, um importante magistrado pretoriano, sufocaram o imperador Tibério com um travesseiro. Calígula ascendeu ao poder e uma de suas primeiras ordens foi a execução de Macro e também de Gemelo, neto de Tibério, que teria direito à sucessão imperial.

Por ser filho de Germânico, o novo imperador de 25 anos, inicialmente, foi muito bem recebido pelo povo. Vaidoso e empolgado para ampliar sua fama, instituiu ordens controversas, como a abolição de taxas de comércio importantes para Roma e uma série de jogos e espetáculos caros nos anfiteatros locais.

Após sete meses de reinado, Calígula adoeceu e ficou mais megalomaníaco. Queria ser tratado como um deus e construiu seu palácio anexado ao templo de Castor e Pólux – o que foi considerado um sacrilégio para os romanos. Ameaçou nomear seu cavalo como cônsul e humilhou o senado com julgamentos de traição arranjados.


Além de manter uma relação incestuosa com as três irmãs, nomeou-as para cargos e uma série de honrarias públicas sem precedentes. Em 38, porém, uma delas, Drusila, morreu. No ano seguinte, Calígula exilou as outras duas, Agripina e Livilla, acusando-as de conspiração.

Para se provar digno do legado de seu pai, Calígula saiu em campanha militar na Britânia e na Germânia. Ambas não levaram a nenhuma conquista marcante. A caminho da Britânia, não chegou nem a cruzar o canal da Mancha e ordenou que seus legionários ficassem recolhendo conchinhas da praia.

Em 40, tentando copiar as glórias militares de antecessores como Augusto e Tibério, Calígula contratou germânicos livres para atuarem como escravos capturados no retorno de suas legiões a Roma. Desfilou as tropas em plena Via Triumphalis, em Roma, como se fosse um vencedor.

Em 41, ele e sua família foram assassinados pela guarda pretoriana, sob ordens do Senado, que estava descontente com os desmandos do imperador.


FONTES Site BBC e livros Caligula: A Biography, de Aloys Winterling, Ancient: From Earliest Times Down to 476 a.D., de Robert Franklin Pennell, e History: The Definitive Visual Guide, de Adam Hart-Davis

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