David Bowie e as fases do camaleão


David Robert Jones, que ganhou o mundo como David Bowie, nos deixou no dia 10 de janeiro de 2016 aos 69 anos de idade. A morte por câncer, no entanto, serviu apenas para que o mundo redescobrisse sua vasta e brilhante carreira, que se desenvolveu ao longo de sete décadas. Do adolescente cabeludo ao profeta fúnebre, Bowie se revelou um artista de muitas faces e um artesão de clássicos pop. Como ele mesmo disse em 1997: “Não sei para onde vou, mas prometo que não será chato”.

MODELO (anos 60)


Ainda adolescente e como Davy Jones, o artista fez parte de quase uma dezena de bandas tocando saxofone. O estilo mod, com camisa, gravata e terno de corte simples, caía como uma luva em seu corpo esguio. Quando se lançou como artista solo, já superava essa fase. Mudou o nome para não ser confundido com outro Davy Jones – “Bowie” é o nome de um tipo de faca.

HIPPIE (anos 60)


Se o primeiro álbum, David Bowie, foi amplamente ignorado, o segundo (originalmente também David Bowie, depois renomeado Space Oddity), deu a Bowie seu primeiro sucesso com a faixa-título, lançada no mesmo dia em que o homem chegou à Lua, não por coincidência. As músicas variavam entre o folk e rock

GLAMOUR (1970-1974)


Entre The Man Who Sold The World (1970) e Diamond Dogs (1974), Bowie começou a inventar personagens e a usar roupas extravagantes e “de mulher”. Encarnou o alienígena roqueiro Ziggy Stardust e sua versão americana, Aladdin Sane. Foi nessa época que estourou, fez turnês movidas a cocaína e lançou vários de seus clássicos, como “Starman” e “Rebel Rebel”

PLASTIC SOUL (1975-1976)


Bowie havia jurado que nunca cantaria soul, mas em Young Americans (1975), foi exatamente o que ele fez. Diz a lenda (provavelmente falsa) que, ao gravar Station to Station (1976), o artista se alimentava apenas de pimenta, cocaína e leite – o que não impede que muitos considerem o álbum sua obra-prima. A música fica menos pop e mais densa e experimental

BERLIM (1976-1979)


Viciado em drogas e processando seu empresário, Bowie fugiu para a capital alemã para recomeçar. Lá, produziu o debut do amigo Iggy Pop, The Idiot, e fez os três álbuns da trilogia de Berlim: Low, “Heroes” e Lodger. Com influências de krautrock, eletrônica e world music, a experimentação foi longe, incluindo muitas faixas instrumentais. Foi a fase mais inovadora e é hoje a mais celebrada

NEW ROMANTIC (1980-1988)


Livre do empresário e divorciado, Bowie fez um álbum para ficar rico: Let’s Dance (1983), seu disco mais vendido. Influenciado pela new wave dos anos 80, ele seguiu nesse estilo dançante e mainstream por mais dois álbuns. Entre 89 e 92, formou a banda Tin Machine e voltou ao rock

ELETRÔNICO (1995-2001)






A partir de 1. Outside (1995), Bowie começa a se aventurar pela música eletrônica e, em Earthling (1997), faz um álbum de drum and bass. Bowie voltou a trabalhar com Brian Eno, que o havia auxiliado na trilogia de Berlim, e experimentou com o Verbasizer, um software que reorganizava suas letras








NEOCLÁSSICO (2002-2016)


Com Hours (1999), Bowie, despido de personagens, voltou a fazer músicas melodiosas, embora já não fosse o mesmo sucesso de crítica. Em 2004, sofreu um ataque cardíaco no palco e se afastou da carreira até 2013, quando lançou The Next Day de surpresa. O sombrio Blackstar, lançado três dias antes de sua morte por câncer, foi concebido como um último presente para os fãs.

Texto Fonte: http://www.msn.com
Pesquisa/Montagem/Edição: JF Hyppólito

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