A internet 200 vezes mais rápida


Elon Musk, fundador da empresa SpaceX, não quer só levar você para morrer em Marte – ele também quer ser o provedor da sua internet, na Terra mesmo. A SpaceX, a primeira organização privada a mandar naves para a órbita terrestre, pediu autorização à Comissão de Comunicações americana para enviar satélites para o espaço.

E não são poucos: a ideia é lançar 4.425 deles para receber e emitir sinais lá de cima. Para você ter ideia, o número de satélites ativos hoje não chega a 1.500. Mesmo somando aos 2.500 satélites desativados largados por aí, não chega à frota que Musk quer compor.

Tudo isso, segundo a empresa, é para prover uma internet 200 vezes mais rápida do que a conexão que temos hoje ao redor do mundo. A velocidade média atual é de 5 megabytes por segundo para cada usuário. Quando a rede da SpaceX estiver na sua fase final de instalação, o objetivo é que cada conexão tenha 1 Giga por usuário, em qualquer lugar do mundo.

A inovação não é só em termos de velocidade. A banda larga por satélite já existe, mas tem uma fama muito ruim. Ao contrário da conexão por discagem, por cabo ou por fibra ótica, o sinal de internet é transmitido entre o satélite e uma antena parabólica.

Para quem vive em áreas rurais ou barcos, é uma boa pedida, mas exige uma baita paciência. Essas conexões têm alta latência – o famoso lag, o atraso no tempo que um pacote de dados leva para ser transmitido entre o satélite e o receptor de sinal. Para qualquer atividade que exige conexão “em tempo real” – jogos e videoconferências, por exemplo – satélite sempre foi furada.

Elon Musk, fundador da empresa SpaceX
O que Musk pretende é transformar a reputação da conexão por satélite. O primeiro passo será lançar 800 satélites, com os quais a Space X já espera conseguir cobertura internacional que ofereça banda larga de baixa latência. Os primeiros 1.600 satélites vão ficar na mesma altura em órbita. Os outros 2,825 vão ficar em diferentes altitudes para melhorar a cobertura e a comunicação intersatélite.

A iniciativa também vai ser bem diferente dos satélites de telecomunicação aos quais estamos acostumados. Eles vão pesar 386 kg ao invés das toneladas dos satélites convencionais. Também vão ter o tamanho de um carro ao invés de um ônibus e a expectativa é que funcionem por 5 a 7 anos.

Essa configuração segue os padrões da SpaceX: criar equipamentos para o espaço bem mais baratos e simples do que os que estamos acostumados com as agências espaciais, para fomentar operações enormes.

O resultado é um projeto que deve custar por volta dos US$ 10 bilhões e tem o potencial de revolucionar a internet – e nunca mais te fazer olhar para a telinha de “carregando” de um vídeo no YouTube.


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