O culto a Mitra passou por
diversas transformações difundindo-se gradualmente até alcançar um lugar
proeminente na Pérsia e representar o principal oponente do cristianismo no
mundo romano, nas primeiras etapas de sua expansão. Sua primeira menção é de
aproximadamente 1400 a.C onde é descrito como o deus do equilíbrio e da ordem
do cosmo.
Por volta do século V a.C
passou a integrar o panteão do Zoroastrismo Persa, a princípio como senhor dos
elementos e depois sob a forma definitiva do deus solar. Após a vitória de
Alexandre, o Grande, sobre os persas, o culto a Mitra se propagou por todo
Mundo Helenístico.
Nos séculos III e IV da era
cristã as religiões romanas, identificando-se com o caráter viril e luminoso do
deus, transformaram o culto a mitra no mitraísmo. A religião mitraica tinha
raízes no dualismo zoroástrico (oposição entre bem e mal, espírito e matéria) e
nos cultos helenísticos mitra passou a ser um deus do bem criador da luz e em
luta constante contra a divindade obscura do mal. Seu culto estava associado a
uma existência futura e espiritual, completamente libertada da matéria.
O culto era celebrado em
grutas sagradas onde o principal acontecimento era o sacrifício de um touro,
cujo sangue brotava a vida, propiciando a imortalidade. Com a adoção do
cristianismo como religião oficial do império romano o mitraísmo entrou em
declínio, mas o dualismo do perpétuo conflito entre o bem e o mal, luz e as
trevas ainda sobreviveu sob a forma de doutrina maniqueísta.
Natal e Mitra
A celebração do Natal Cristão
em 25 de dezembro surgiu por paralelo com as solenidades do Deus Mitra, cujo
nascimento era comemorado no Solstício (de inverno no hemisfério norte e de
verão no hemisfério sul). No calendário romano este solstício acontecia
erroneamente no dia 25, em vez de 21 ou 22.
Os romanos comemoravam na
madrugada de 24 de dezembro o "Nascimento do Invicto" como alusão do
alvorecer de um novo sol, com o nascimento do Menino Mitra. Já foram
encontradas figuras do pequeno Mitra em Treveris e a semelhança com as
representações cristãs do Menino Jesus são incontestáveis. Isso demonstra um
claro sincretismo, onde o mitraísmo foi fonte e o cristianismo o destino. Esta
foi a razão que levou algumas religiões,como por exemplo as Testemunhas de
Jeová, a não participarem de festividades natalinas.
Catolicismo e Mitra
Com o cristianismo permitido
no Império Romano, pelo Edito de Milão, expedido por Constantino, os cristãos
rapidamente tomaram os postos dos sacerdotes pagãos na sociedade, inclusive
mantendo as festas, rituais, vestimentas e indumentárias pagãs. Em Roma o papa
cristão passou a ser o Pontífice, substituindo de maneira pomposa o anterior
chefe religioso pagão.
Constantino também está ligado
a ele, esse legado concedido ao papa traria a unificação das religiões no
império até porque o culto a Mitra oferecia semelhanças com o cristianismo, A
conceituação de Deus como um sol, não somente por causa da facilidade com que
esta alegoria se aplica a Deus, mas ainda porque os cristãos já a encontraram
pronta nos cultos em seu em torno, e o mantiveram a interesse, como forma de
solidificar um estado forte.
(Fonte: Wikipédia).